quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Cap XVIII

Era 7 de Fevereiro, um dos dias mas felizes da minha vida, Lucas iria passar por um transplante de medula, e depois disso, iria ser feliz, não precisava mais passar por nem uma quimioterapia, e nem raspar a cabeça.

Em menos de 3 meses, Lucas tinha emagrecido 17 kg,ele não tinha mais seus músculos formado no braço, e nem a sua barriga de tanquinho que eu tanto o admirava, seus olhos não estavam mais aquele azul mar, aonde eu me afogava nas maiorias das vezes que ele me olhava, a aparência um pouco cansada. Teve dias que Lucas não conseguia levantar da cama de tanta dor que sentia sua quimioterapia, cada sessão era mais forte que a outra. Eu sofria junto com o Lucas, eu chorava junto com o Lucas. Quando Lucas estava com muita dor, eu me chicoteava, lógico que escondido de todos, minhas costas era cheia de marcas de chicote, pois eu queria sentir a mesma dor que o Lucas senti-se.

Mas tudo isso iria mudar, pois Lucas iria voltar ao normal, Lucas iria se curar, iria ter aquele tanquinho de novo, aonde eu poderia lavar a minha roupa todos dos finais de semana, iria ter aqueles olhos azul mar, aonde eu mergulhava profundo, e seu cabelo loiro dourado, aonde eu o meu reflexo. Lucas iria voltar a ser lindo novamente.

Lembro-me que Lucas me deu um abraço antes de sair da sala, disse que me amava, e que era para eu esperar ele, que ele iria sair daquele hospital curado. Eu o abracei forte, e dei um beijo, um beijo cheio de amor. Na sala avia umas 6 pessoas, tirando eu, Lucas e Suili, eu não tive vergonha de beijar ele na frente de todo mundo, ou eu ouso uma pessoa batendo palma, de repente, uma salva de palmas invade o silencio. Viramos-nos e todos estavam batendo palmas para nos dois, foi estranho, porem, muito emocionante, acho que a sociedade deveria ser assim. Todos os aceitam do jeito que são, afinal de contas, ser homossexual, ou bissexual, não é ser doente.

Lucas me deu mais um forte abraço, e seguiu a enfermeira, para dentro de uma sala, aonde iria receber a aplicação da medula.

Horas se passa. Sueli tentava me distrair, perguntando algumas coisas, como ia o eu relacionamento com o Lucas, como estava meus pais. Respondia por educação, pois,não estava cm cabeça para ficar respondendo aquele tipo de perguntas, eu queria saber o que estava acontecendo com o Lucas naquela sala, que estava logo na minha frente, minha vontade de entrar lá, era insuportável, mais eu sabia se eu fizesse isso, poderia botar tudo a perder.

O medico responsável pelo transplante vem até eu e Sueli, Imediatamente eu levanto, minhas pernas tremia, e minhas mães estavam geladas, eu tinha medo do que ele poderia dizer ali, poderia ser a melhor ou a pior noticia de todas.

_Vocês que estão acompanhando o Lucas? – Pergunta o Medico, eu faço um sinal de concordância para o medico, e em seguida Sueli responde que sim – Queira me seguir até a minha sala?

Os seguimos até o final do corredor, ele abriu a porta do seu consultório, lembro-me que era todo branco, e azul claro, ele pede para nos sentarmos em duas cadeiras que avia em frente da sua mesa.

_Olha,.. O transplante de medula foi muito bom – Aquilo me deixou aliviado, fazendo com que eu solte um suspiro de alivio. – A Leucemia que o Lucas possui é a linfocítica crônica.

_O que isso quer dizer Dr.? Perguntou Sueli. – Ele solta um suspiro, e diz em seguida.

_Quer dizer que é incurável.

Começo sentir o meu coração bater mais forte, e a minha vista escurecer. Depois disso, só lembro que acordei na enfermagem.

Depois que acordei, não demorou muito para ver o Lucas, ele já estava no quarto, dormindo. Entro sem fazer barulho, Sueli estava em seu lado, segurando sua mão e chorando. Eu me aproximo dela, e o abraço. Sento em seu lado, ela encosta sua cabeça em meu ombro, aos choros.

_Meu filho vai morrer Douglas – Diz ela em meio de soluços, foi difícil para mim eu aceitar a idéia de que a doença que o Lucas tinha, era incurável, eu não me via sem o Lucas, eu não me via sem poder sentir o seu cheiro, sem poder, te tocar, sem poder, o beijar.

_Não Sueli, o Lucas não vai morrer – Disse eu chorando junto com a minha sogra – Ele é forte, ele não vai fazer isso com as pessoas que o ama.

Fecho os olhos, e tento ver como seria a minha vida sem ele, chego a conclusão que, não tinha como eu viver sem ele, sem ele meu mundo era sem graça, todo preto e branco, obscuro, não teria mais sentido viver sem ele. Eu tinha certeza que um milagre iria acontecer, e curar o Lucas dessa maldita leucemia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário