quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Cap XXI

No sábado de manha, eu chego no velório municipal de Indaiatuba, aonde varias pessoas estavam, a maioria de roupa preto. Eu seguia abraçado no braço dos meus pais, até a sala, aonde tinha um caixão no centro da sala, e Sueli do lado chorando como nunca.

Eu chego perto, eu ainda não tinha caído na consciência de que eu tinha perdido o Lucas pra sempre, eu não tinha caído na consciência de que aquela vez era a ultima vez que eu o veria, minhas pernas tremia, minha mão estava gelada, e eu ainda em estado de choque.

Lucas estava inchado, branco e gelado, foi quando eu tive a certeza mesmo que Lucas tinha falecido. Lagrimas começaram a rolar pelo meu rosto, eu não acreditava que eu não iria mais o levo. Coloco minha em cima do seu peito, e choro.

Lembranças eram inevitáveis,por um flash vi tudo que eu e o Lucas tínhamos passado. Das coisas boas e das coisas Ruins.

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_Veste! – Exclamou Lucas, dando-me uma blusa de moletom azul marinho, com Ck no peito.

_Não precisa – insisti, devolvendo a blusa.

_Vista essa blusa, não quero ser responsável pela a sua Pneumonia. – Demos risada, então como ordenado, vesti. Seu cheiro era extraordinário assim como ele, o cheiro de Lucas era um cheiro doce, como um perfume de melancia. Como eu queria levar aquela blusa pra casa, e nunca mais o devolver, ficaria sentindo o seu cheiro todas as noites quando for dormir.

_Olha que linda ela esta hoje – Observa Lucas, a lua estava cheia, e ainda amarela.

_realmente está Lucas – concordei

_Quando alguma coisa de ruim acontecer entre-nos, quero que olhe para a lua e lembre-se de mim, pois através dela, eu poderei ver o seu sorriso e a sua mensagem – não me contive e dei um riso discreto. Depois de alguns momentos em silencio, admirando a lua.

_Eu te amo – Gritei

_Tarde de mais Douglas. – Disse o Lucas entrando em seu carro, e saindo da chácara

_Eu te amo japinha – Ele me puxa e me beija. Na chuva

_Lucas, fale comigo Lucas... – Implorava- Você não pode fazer isso comigo... Você não pode me deixar...

_Venha querido, vamos sentar um pouco, você está muito nervoso. - Disse a minha mãe me guiando para um bando que estava vazio. Lá passo horas chorando. Minha mãe vai pegar uma xícara de café com o meu pai, quando eu estava mais calmo. Eu volto até o caixão, sento do lado de Sueli, e ela me abraça forte.

_O faz voltar Douglas – Ela sussurra em meus ouvidos. – Faz ele voltar... -Eu me levanto um pouco da cadeira, tiro o véu que estava cobrindo, e passo a mão em seu rosto.

_Lucas... Quero que você saiba que eu te amo muito... Volta para mim... – Dizia entre soluços. Dou um beijo em seus lábios, tentando resgatar vida, mas foi totalmente sem sucesso. Eu chorava em cima do peito do Lucas, mas nada adiantava. Lucas não correspondia por nem um dos meus atos.

Passo a noite do lado do Lucas, as vezes chorando, as vezes não. Eram 10 horas da manha do dia 24, quando recebi a noticia que iria o interar. O velório lotou, Pietro estava lá, num canto, avisto escorrendo algumas lagrimas de seus olhos discretamente, mas o ignoro.

Meu pai traz a camiseta branca, toda rabiscada, que eu e ele escrevemos numa tarde no hospital. O coloca de baixo de seus braços.

_Essa camiseta Lucas... Vai nos manter unidos por toda nossa vida, onde você estiver agora, eu vou te achar, e nos vamos voltar a ser feliz novamente... Lembra aquele dia na Zoff que você falou da Lua?... Então... Ela vai mandar as minhas mensagens para você... – Eu olho para uma imagem de Jesus que estava na parede de frente para a Porta – Horas meu Deus, leve-me no Lucas dele, ele merece viver mais do que eu...

Mas uma vez sem sucesso nem um.

_Chegou a hora de enterrá-lo Douglas.- Disse o meu pai atrás de mim. As pessoas começam a rezar o pai nosso, enquanto eu pai, e mais alguns colegas, lutavam, para tirar eu de cima do Lucas.

_Não pai, não deixa eles fecharem o caixão, o Lucas vai morrer sufocado... – Gritava, por um momento parecia que ninguém me ouvia, os homens da funerária iam fechando o caixão. – Não pai, não deixa...

Foi a ultima palavra. Levaram o caixão para uma cova no cemitério que ficava atrás de velório. Colocaram o caixão dele, a maioria das pessoas estavam com uma rosa vermelha na mão, aonde começaram a jogar, eu me aproximo, beijo a rosa, e a jogo. Eles começaram a jogar terra em cima do Lucas.

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